sexta-feira, 13 de março de 2009


A porta se fecha, você vai embora. Mas saber que amanhã tu voltas, com aquele sorriso largo e fazendo piadinhas do casalzinho japonês que Dona Irene comprou pra dar sorte na casa me anima, faz querer que às 24 horas diárias se passem como mágica e que a grande porta de madeira nunca mais se feche.

Bom demais quando tu tens alguém que te faça rir, que repara na sua blusa nova, que amarra o elastiquinho no seu hashi quando te leva pra comer no japonês que você tanto adora. Sigo pensando na sorte grande que talvez não merecesse, não sou beata fervorosa e nem discurso a bíblia, não sei o nome de nem metade dos doze apóstolos e sempre esqueço de levar mantimentos pra Campanha da Igreja.

E mesmo assim fui recompensada. Sei a sensação de um abraço quentinho, tenho síndrome de borboletas que voam em minha barriga e não me sinto tão sozinha. E mesmo envolvida por um manto de energia negativa por aqui ele sabe soletrar o meu nome, e dizer que o final sempre traz consigo a felicidade.

Se eu não confiasse em ti e nas pessoas que tenho em minha prateleira, poderia me entregar como uma derrotada e assinar minha sentença por toda a vida, mas não, em meus momentos de crise existencial tenho a você pra me dar conselhos e um ombro forte pra chorar. Não me sinto um lixo, me sinto anestesiada num momento de dor onde posso contar com o meu futuro e fazer planos a beira da praia.

Tenho você, e sei que mesmo nos péssimos momentos, aquela porta de madeira ganha o seu abrir muitas vezes e a minha ilusão de que tudo será como antes volta a aparecer. Meus pensamentos positivos ganham forma e matéria, o coração triste amolece e eu percebo, o quão importante tu és para mim.

Eu vivi de ilusão, hoje é história, assim continuo a te admirar, daquela que te quer por perto, em todos os sentidos.

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